TETO DE GASTOS VAI CAIR? no TerraçoCast #184

Nesta edição, Caio Augusto acompanha Arthur Solow e Rachel de Sá sobre os seguintes assuntos:

– Arthur o que é o FUNDEB e o que mudou agora que ele entrou na Constituição? A educação está “resolvida” com isso?

– Rachel, apresente para nossos queridos ouvintes o Boletim Internacional (que, neste ano, é praticamente dominado por novidades sobre o coronavírus, o já consagrado CoronaNews);

– Rachel (sim, de novo! haha), manda na lata: Teto de Gastos tá mesmo arriscado de cair ano que vem?

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30/07 Qual o futuro da gestão pública e privada nos novos tempos?

Sabemos que precisamos estar sempre atualizados enquanto profissionais e em constante evolução. Mas a pandemia de Covid-19 acelerou muitas mudanças.

Momentos de crise exigem inovação, transformação, decisões rápidas e assertivas. Novos tempos exigem novas lideranças.

A Jornada Integrada das Ciências Sociais aplicadas vai debater a gestão pública e privada nesse novo tempo.

 

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NAvalha Política – 11 – Paulo Guedes no banco dos réus! – 27-07-2020

No episódio de hoje, tivemos a honra de receber convidados ilustres para debater os rumos da nossa economia. E cobrar, cobrar muito, quando falamos muito é tudo aquilo que nos prometeram em 2018 e mais alguma coisa. Não é de hoje que Ministro da Economia Paulo Guedes tem falado mais do que pode entregar. E hoje resolvemos analisar com especialistas, como foram as passagens de outros que Ministros que regeram a opera econômica de nosso país e avaliamos qual o caminho da afinação. Será que nosso atual Ministro acertou o tom? Ouça e descubra o nosso veredito!

Participações de Professor Écio Costa é professor associado de economia da UFPE – RECIFE, PhD em economia pela Universidade da Geórgia nos Estados Unidos, comentarista econômico da CBN RECIFE, na coluna Economia & Negócios, também comentarista econômico da Rádio Grande Rio FM,

no programa Nossa Voz, colunista do Diário de Pernambuco. @eciocosta no instagram.

Caio augusto Head de Conteúdo @terracoeconomico | Economista @fearpusp | MBA Gestão Empresarial @fgv.oficial Julio Amorim, graduado em ciências da computação, gerente de análise de risco atual no mercado financeiro a mais de 15 anos. @julioint no Twitter

Apresentadores @mateuschiaro e @cacaupernambuco no instagram.

navalha@hotmail.com @navalhapolitica no instagram.

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O Brasil pós-covid: uma análise do IPEA

Não há absolutamente ninguém no planeta Terra que não tenha se surpreendido com a pandemia da COVID-19 e os seus efeitos imediatos no cotidiano. De uma hora para outra, nossos hábitos foram radicalmente alterados, as rotinas adaptadas e os nossos planos repensados.

Com essas mudanças bruscas, as economias do mundo todo foram severamente afetadas. Segundo o FMI, há a expectativa de encolhimento do PIB mundial de 4,9%. Não é pouca coisa. Aqui no Brasil, é esperado que o PIB contraia 9%, queda mais suave do que o esperado na Espanha (12,8%) e no Reino Unido (10%). Não há paralelo na história da humanidade de quedas tão bruscas e generalizadas em todos os continentes.

Mas a boa notícia é que, aparentemente, o pior já passou. Quando olhamos os indicadores de indústria, varejo, consumo das famílias e pedidos de desemprego, no Brasil e no mundo, há a clara percepção que o fundo do poço ficou para trás. No caso brasileiro, existe ainda no ar uma certa desconfiança dos agentes em relação à economia, e, principalmente, como será o pós-pandemia.

Nesse sentido, o IPEA elaborou um material riquíssimo de análise e projeções que levam em conta esse cenário. Colocamos o relatório completo aqui. É interessante mencionar que o Instituto, além de mostrar o cenário atual e as medidas que foram adotadas, sugeriu 4 eixos de ações para serem tomadas para a recuperação, visando o aumento da produtividade da economia e utilização eficientes dos recursos.

Em seguida, abaixo elaboramos um resumo do material disponibilizado pelo IPEA.

Cenários macroeconômicos

O crescimento observado para a economia em 2020 será muito aquém do que aquele esperado ao início deste ano. Fato é que antes mesmo do coronavírus já não tínhamos previsões tão elevadas de crescimento, mas um PIB menor acabou transformando-se em uma queda livre.

Os dados mais recentes do Boletim Focus, que coleta informações de agentes do mercado, trouxe nesta segunda-feira (26/07) uma queda esperada de 5,77% para a economia brasileira neste ano. Segundo o estudo do IPEA, a queda ficará em 6%, mas com recuperação de 3,6% em 2021, conforme mostra o gráfico abaixo.

Em termos de dívida pública, este item que tenderia a se estabilizar e reverter logo nos primeiros anos da década que se inicia em 2021, acabou apontando para cima. Previsões indicam que uma possível estabilidade ocorra apenas ao final da década.

Em parte, devido aos desembolsos adicionais deste atual período e também pelo avanço “natural” do tamanho do Estado brasileiro. Não nos esqueçamos que o orçamento público do Brasil é 93% composto de despesas “engessadas”, que não podem ser alteradas sem movimentações na Constituição. Este desafio que já era complexo torna-se ainda mais após esse período.

Em consequência dessa questão fiscal temos um apontar para cima da curva de juros ao longo do tempo. Naturalmente, com uma dívida maior e mais complexa de ser gerida, o custo desses empréstimos tomados pelo governo se eleva. Apesar da inflação ainda em baixa, isso ocorre porque nossa situação fiscal já era delicada antes mesmo da pandemia.

Covid-19 no mundo: medidas internacionais adotadas

A atuação internacional se deu, não surpreendentemente, também através de vultosos pacotes fiscais cujo objetivo foi o de manter a espinha dorsal das economias funcionando. Assim como aqui, tais estímulos foram em direção a empresas e também a pessoas físicas.

Nesse momento, o estudo do IPEA mostra de maneira bastante direta como um lado fiscal mais robusto faz diferença em momentos como o atual. Se sabemos que todos os países acabam tendo de elevar suas dívidas públicas, a capacidade de cada um sinaliza como poderão enfrentar melhor a crise. O estudo apresenta os casos da Alemanha, da França, da Espanha, dos Estados Unidos e do Canadá para comparar com as medidas aplicadas no Brasil.

Importante ressaltar o caso específico da Alemanha que, de “austericida” passou a ser um exemplo na lida deste período, dado que, logo no início, literalmente colocou à disposição recursos ilimitados que tinham início na monta de US$550 bilhões. Novamente, para que não se perca esse ponto: apenas um cuidado recorrente com o lado fiscal permite que isso ocorra. Momentos extraordinários demandam medidas extraordinárias, mas tempos normais demandam prudência.

Em um momento como o atual vemos claramente quem teve e quem não teve essa prudência.

Eixos de ação para a recuperação econômica

O estudo do IPEA mencionado aqui coloca quatro eixos para recuperação econômica do Brasil pós-pandemia. Esse é um ponto bastante positivo do material produzido pelo Instituto: além de falar do cenário atual, fornece o caminho para dias melhores. Cada um dos eixos apresenta propostas diferentes de atuação.

Atividade produtiva e reconstrução das cadeias de produção.

Neste primeiro eixo as propostas são de reformar o sistema brasileiro de recuperação de empresas (leis de falências e recuperação judicial), a concessão de empréstimos para micro e pequenas empresas para manter de pé suas escalas produtivas, a criação de uma indústria de reciclagem automotiva, o uso estratégico de compras públicas (com foco em micro e pequenas empresas), ideias para o campo da saúde (para reestruturá-lo em termos de financiamento), a criação de concursos nacionais de foco de resolução de problemas com financiamento privado e a adequação dos fundos de financiamento regionais.

Inserção internacional

O Brasil ainda é um país muito fechado. A relação (importação + exportação)/PIB é de 25%, inferior aos nossos pares sul-americanos e de praticamente todos os países ricos (OCDE).

Precisamos estar mais integrados ao resto do mundo, nas cadeias de valor e dar condições para que empresas exportadoras tenham mais êxito na venda de seus produtos e permitir às indústrias locais que importem equipamentos e bens de forma mais fácil, desburocratizada e barata. Além disso, precisamos ter menos amarras e dificuldades para atrair investimento externo, favorecendo o ambiente de negócios por aqui.

De forma geral, os especialistas do IPEA sugerem a adoção de políticas que favoreçam esse ambiente propício para o comércio exterior e para a atração de investimentos externos (tanto diretos como indiretos).

Investimentos em infraestrutura

Não é nenhuma novidade que precisamos de obras de infraestrutura com o objetivo de reduzir o “custo Brasil”. Com exceção de poucos estados, fazer o transporte de carga nesse país de dimensões continentais é caro e arriscado. Apostamos todas as nossas fichas no modal rodoviário, deixando de lado alternativas pluviais e férreas.

Para piorar a situação, casos de corrupção e mal uso do recurso público foram recorrentes nos últimos anos, lançando dúvidas sobre esse modelo de investimento.

Não à toa, o estudo do IPEA sugere fortalecer as parcerias público-privadas e as RDC (Regime Diferenciado de Contratações Públicas). Ainda, sugere revisar as concessões, de modo a identificar ineficiências e oportunidades de melhoria. Trata também da questão do saneamento básico, que deve ser transformado a partir da aprovação do Marco Legal no Congresso.

Proteção econômica e social de populações vulneráveis

Há uma enormidade de programas sociais no Brasil. Mas poucos de fato são focalizados, ou seja, chegam de fato para quem precisa. O Bolsa Família é um deles, com evidências robustas de êxito na transferência direta de recursos para famílias pobres. Contudo, ainda há políticas feitas no Brasil que não trazem resultados concretos para as populações vulneráveis.

O relatório do IPEA, nesse eixo, traz diversas políticas com o objetivo de focalizar o gasto e, dessa forma, dar maiores condições de progresso para esses grupos vulneráveis: medidas educacionais (tempo integral na educação básica, financiamentos estudantis), saúde (vacina tríplice, número de profissionais na saúde) e políticas sociais (agricultura familiar, jornada de trabalho e acesso ao emprego pelos jovens) são debatidas no documento, inclusive pontuando qual deverá ser a origem dos recursos para cada política sugerida.

Mas espera um pouquinho: o que tudo isso tudo tem a ver com os ATIVOS REAIS?

A economia real movimenta os ativos reais. Isso parece óbvio, mas não pode ser esquecido. Aparentemente o mundo dos investimentos se preocupa apenas com aqueles que estejam focados mais em aspectos financeiros, mas é quando a roda da economia gira nas ruas que os ativos reais, aqueles que têm um maior potencial de valorização vigorosa ao longo do tempo, cumprem seu caminho de valorização.

A partir do momento em que a economia estiver sobre bases mais sólidas e bem estabelecidas, os negócios poderão se desenvolver melhor e, com isso, os ativos reais passam a se valorizar mais.

Em termos de longo prazo, temos uma chamada década perdida (como vimos nos anos 1980 e viveremos nos anos 2010) quando a renda da economia praticamente anda de lado o tempo todo. Com a casa arrumada, todos saímos beneficiados.

Não é fácil, não é trivial e envolve um conjunto imenso de mudanças como as que apresentamos aqui. Mas se tem uma coisa que não podemos deixar de considerar é que a oportunidade para reformar e pavimentar o futuro nunca foi tão evidente.

 

Publicado no Terraço Econômico em 30/07/2020

Os olhos voltados para o Brasil: investimentos e as reformas – Live Terraço + Rio Bravo

Como o mundo tem observado o Brasil quando o assunto são os investimentos? E o que as reformas têm a ver com isso? Nessa live os Terraceiros Caio Augusto e Victor Candido conversam com Paulo Bilyk, CEO e CIO da Rio Bravo Investimentos, sobre este tema e assuntos correlacionados

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CENTRISMO RADICAL no TerraçoCast #183

Nesta edição especial, Caio Augusto acompanhou Lucas Fávaro, do movimento político Centrismo Radical, sobre os seguintes temas:

– Como o movimento começou? O que os motivou?

– Apresenta pros nossos ouvintes quais são as pautas do movimento, o que move vocês e os une.

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B3 tirou a custódia do Tesouro Selic: o que muda para você?

Para além de todas as notícias que vão e vem do mundo da economia e política brasileira, uma bem positiva ocorreu na semana passada: a B3 decidiu tirar a taxa de custódia de 0,25%. O que isso muda para você como investidor?

Primeiramente é importante lembrar do nosso Guia sobre Tesouro Direto, que apresenta todas as informações necessárias para que você comece a ter esse tipo de investimento em sua carteira.

Mudou, mas não pra todo mundo

A taxa de custódia existe porque, no passado, a B3 tinha um custo para cuidar dos literais papéis que representavam a dívida pública. Embora hoje pareça um pouco antiquado, as dívidas pública e privada tinham literais comprovações físicas em papel que precisavam ter sua custódia realizada e, no caso, esse custo cobre isso.

A mudança sobre a taxa de custódia do Tesouro Direto se deu da seguinte maneira: para até R$10.000,00 investidos em Tesouro Selic, ela passará a ser zero e, para a diferença superior a isso, continuará sendo de 0,25% a. a. 

Com isso, que fique claro: apesar da notícia ser boa (já que beneficia 53% dos investidores do Tesouro Direto), poderia ser ainda melhor se abarcasse a todos, levando em conta todos os valores investidos (não apenas com limite de R$10.000,00) e todos os títulos (não somente o Tesouro Selic).

Em números, como fica a diferença?

Seguindo os dados atualizados para a data de publicação deste artigo, em que a Selic está em 2,25%, imaginemos três montantes investidos em Tesouro Selic: R$6.000,00, R$14.000,00 e R$22.000,00.

O primeiro montante, a partir de 01/08/2020, que é quando se inicia a mudança, deixará de ter incidência da taxa de custódia do B3. Portanto, incidirão sobre ele apenas o Imposto de Renda (decrescente conforme o tempo aplicado aumentar) e IOF (presente nos primeiros 30 dias).

Em relação ao segundo, a incidência da taxa de custódia ocorrerá apenas sobre a diferença entre o volume aplicado e R$10.000,00, ou seja: sobre o montante total estarão o Imposto de Renda decrescente e o IOF nos primeiros dias, mas sobre R$4.000,00 seguirão existindo os 0,25% anuais de taxa de custódia.

Tal qual o segundo, no terceiro caso teremos a mesma coisa: sobre a diferença entre o volume aplicado e R$10.000,00, o que neste caso representa o valor de R$12.000,00, teremos a taxa de custódia de 0,25% ao ano – e sobre o volume total aplicado teremos apenas o IR e o IOF.

Recomendamos novamente que você veja o Guia sobre Tesouro Direto para entender com maior precisão como funcionam essas taxas. E, afirmamos novamente: com a recente mudança, o que haverá de diferente será somente a taxa de custódia sobre valores no Tesouro Selic até R$10.000,00 – todos os outros apontamentos seguem verdadeiros.

O que isso muda para você?

Na prática, essa notícia é positiva para quem mantém total ou parcialmente sua Reserva de Emergência nos títulos do Tesouro Selic. Isso porque, com essa mudança, eles terão um custo menor e, consequentemente, um rendimento líquido maior.

Sempre válido lembrar que a reserva de emergência deve estar em recursos líquidos e de fácil acesso, priorizando mais isso do que necessariamente um retorno vigoroso, já que tais recursos, como bem diz o nome, devem estar ali para serem usados em emergências – e nessas situações não faz sentido que você tenha de acessar recursos não tão fáceis de transformar em dinheiro.

Fica a dica, B3!

Enquanto alguns dizem que “a renda fixa morreu”, fazemos aqui um apelo para um fato importante: a renda fixa segue tendo importância na carteira de todo investidor, basicamente porque ela fornece os mecanismos de amortecimento de impactos em períodos de forte volatilidade e, no fim das contas, acaba por reduzir assim o risco da carteira como um todo. Quando os mercados vão muito bem alguns se esquecem que correções podem ocorrer e, em termos de patrimônio, você pode se prejudicar se não tiver esse cuidado de manter parte dos seus investimentos em ambiente mais seguro.

Jamais saberemos se este artigo chegará a ser lido por alguém que possa tomar esse tipo de decisão na B3, mas, fica aí a dica: um meio muito interessante de atrair mais investidores no Tesouro Direto seria se livrar dessa taxa de custódia para sempre ou adaptar a uma nova realidade de juros.

Uma sugestão seria, tal qual ocorre com os rendimentos da poupança, que estão sujeitos a se alterarem conforme a Selic se reduz, colocar como condição que essa taxa deixe de existir em determinado patamar da taxa básica de juros e retorne em outro. Afinal de contas, uma coisa é ter 0,25% ao ano descontado de um investimento que esteja em dois dígitos (como tínhamos poucos anos atrás) e outra bem diferente é o ter num nível de juros reais (juros menos a inflação) próximos a zero.

Fica aí a sugestão para você que tem recursos em sua reserva de emergência nas proximidades deste nível: em tempos de Selic baixinha (e aproveitando a benesse até então apresentada), o Tesouro Selic volta a ser uma opção bastante viável.

 

Publicado no Blog da Guide Investimentos em 27/07/2020

A VACINA TÁ LOGO ALI no TerraçoCast #182

Nesta edição, Caio Augusto acompanha Victor Candido, Renata Velloso e Rachel de Sá sobre os seguintes assuntos:

– Victor, enfim chegou a “semana que vem” e o governo enviou a Reforma Tributária para o Congresso?

– Renata, apresente para nossos queridos ouvintes o Boletim Internacional (que, neste ano, é praticamente dominado por novidades sobre o coronavírus, o já consagrado CoronaNews);

– Rachel, e esse pacote de 750 bilhões de Euros recentemente aprovado? Conta um pouco sobre esse assunto que quase que escapou do radar (diante de tanta coisa que tem acontecido)

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Economia circular: por que importa? E onde nos levará?

Durante muitas décadas pós revolução industrial o capitalismo nos levou a crer que o ciclo de um produto seria basicamente a extração de seus insumos, a confecção ou industrialização, a venda e, ao final de sua vida útil, a transformação automática em lixo. É possível que o leitor esteja pensando: “mas não é exatamente isso que acontece até agora?”. Porém, essa realidade vem mudando.

E o motivo é economicamente justificável.

O que é economia circular?

Economia circular é aquela que leva em consideração a continuidade em ciclos dos processos de produção. Ou, de maneira mais direta, aquela que atribui valor ao que anteriormente era considerado resíduo, aproveitando-o no processo novamente ou mesmo criando novos ciclos que terão valor agregado suficiente para compensar justamente essa sua nova vida.

O conceito da economia circular vai muito além da mera questão ambiental. Fonte: gauchazh.

Parece um conceito distante e não relacionado a algo que você conheça mas, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria em estudo de 2019, 76% das empresas adotam iniciativas de economia circular, mesmo que 70% delas não tenha conhecimento do que isso significa. Medidas que vão nessa direção incluem a otimização de processos, o uso de insumos circulares (novamente inseridos no processo produtivo), a recuperação de recursos e a extensão da vida de produtos.

Efeitos práticos da economia circular

Esse tipo de iniciativa ocorre por basicamente dois motivos. Em primeiro lugar, a demanda por produtos que geravam resíduos aumentou nas últimas décadas em 150%; o “tirar leite de pedra” fez com que as indústrias tenham passado atualmente a extrair 40% a mais de eficiência das matérias primas. Em segundo lugar e, umbilicalmente ligado ao primeiro, há o interesse pela reutilização ou “esticamento” do uso de matérias primas basicamente porque, diferentemente do que se pensava anteriormente, elas têm valor agregado. Podemos observar também um terceiro motivo: há certa preferência por parte do consumidor de produtos que levem em conta uma redução de resíduos gerados.

Análises realizadas pela União Europeia indicam que a adoção de medidas que vão na direção da economia circular possam incrementar até 7% do PIB do bloco europeu até 2030, sendo que podem ser economizados cerca de US$700 bilhões de recursos por ano apenas com a economia de recursos em setores como o de alimentos, têxteis, bebidas e embalagens.

Os números são vultosos e mostram como esse caminhar faz diferença.

Empresas que colocam em prática a economia circular

Vimos até então o que é a economia circular e como ela se traduz em benefícios econômicos para as cadeias produtivas. Vamos agora então para empresas que colocam esse conceito em prática.

Nespresso: a marca conhecida por seu café em cápsulas para públicos selecionados coloca em prática a economia circular através de gestão do café, do alumínio das cápsulas e de práticas sustentáveis diversas. Tem distribuídos pelo país mais de 100 pontos de coleta para reciclagem das cápsulas e coloca em seu site institucional quais as práticas de sustentabilidade adota em suas cadeias produtivas – conjunto chamado pela empresa de The Positive Cup. Segundo a empresa, seus três pilares são café de qualidade sustentável, clima e meio ambiente e reciclagem das cápsulas.

HP: a gigante das impressoras e cartuchos de tinta disponibiliza nacionalmente mais de 400 pontos de coleta para seus produtos que seriam descartados após o fim da vida útil. Há inserção de 100% do plástico reciclado em seus produtos atualmente. O maior desafio da empresa neste aspecto não é ter uma infraestrutura preparada para receber esse material, mas recebê-lo de fato: apenas 8% dos consumidores fazem essa devolução e, ainda assim, isso significava, ao menos em 2018, 45 toneladas de cartuchos reciclados todos os meses.

Braskem: a empresa dedica um espaço especial em seu site institucional para as práticas que adota e as metas que busca alcançar nos próximos anos neste aspecto. Abrindo em oito metas (na imagem a seguir), a ideia é direcionar de maneira mais assertiva possível a gestão dos resíduos plásticos e de toda a sua cadeia, objetivando a reciclagem, reutilização ou recuperação de 100% de suas embalagens até 2040.

Fonte: Braskem.

Como meus investimentos se relacionam com isso?

Vimos aqui que a tendência da economia circular é, além de ambientalmente correta, economicamente viável. Além disso, vimos também que muitas empresas já utilizam práticas deste campo e provavelmente nem sabem disso.

A gestão de resíduos é cada vez mais um negócio. Empresas de maior porte como os casos aqui apresentados conseguem verticalizar a atuação na direção de colocar suas cadeias produtivas na direção da economia circular. Porém, essa não é a realidade de todas as empresas.

Paradoxalmente, temos aqui uma boa notícia, não má. As empresas que não conseguem lidar com seus resíduos podem acabar, no fim das contas, gerando novas empresas especializadas em transformar o uso daquele resíduo. Um exemplo dos tantos possíveis de serem apresentados é o de uma empresa de móveis feitos com um polímero à base de casca de arroz. A ideia original foi de dar destinação mais adequada a este item em uma região que gera quantidade considerável deste – o Sul do Brasil.

A dica para seus investimentos é: esteja atento com a gestão de resíduos. Muitos negócios surgirão nos próximos anos com foco no que antes era considerado meramente um descarte de processos industriais. E, certamente, estarão aí incontáveis oportunidades de investimentos na economia real.

 

Publicado no Terraço Econômico em 23/07/2020

2020: ano atípico (e cheio de oportunidades) para investimentos – Live Terraço + Forpus Capital

2020 está sendo um ano completamente atípico. Nem o mais insano seria capaz de prever tudo que tivemos em termos de volatilidade e novidades para os mercados neste ano. Como você pode aproveitar oportunidades em meio a tudo isso?

Os terraceiros Caio Augusto e Victor Candido conversam nessa live sobre esse e outros assuntos com Luiz Nunes, Founding Partner da Forpus Capital.

 

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