LÉO MONASTÉRIO no TerraçoCast #200

Chegamos ao 200! Muito obrigado a você! E continue conosco, porque isso tudo é só o começo!

Neste episódio especial, Caio Augusto recebe Léo Monastério, Coordenador de Ciência de Dados da ENAP e professor de Mestrado em Economia do IDP (além de criador de uma regra indispensável para a vida nas redes), sobre os seguintes assuntos:

– Léo, você tem um livro que trata sobre a experiência universitária e como sobreviver a ela. Qual sua maior dica para quem está ouvindo e está na graduação?

– Em tempos de muitos debates inúteis e alongados, explique aos nossos queridos ouvintes a famigerada Regra dos Dois Desvios (também conhecida como Lei de Léo Monastério);

– Sobre a área acadêmica, da pesquisa em economia no Brasil, como é possível colocar o que se produz mais em contato com a realidade?

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Coronavírus e a geopolítica da vacina

2020 começou com a desconfiança sobre um vírus que se espalhava pela China, passou por pelo menos dois trimestres de preocupação direta com o avanço dessa doença pelo mundo e hoje, diante de discussões amplas sobre o que deve ou não ser aberto e flexibilizado, aguardamos ansiosamente a corrida das vacinas.

Neste especial do Bloomberg podemos acompanhar quão acirrada está a corrida:

A corrida da produção da vacina da covid-19

É possível observar na imagem acima como temos ao menos oito vacinas em Fase Três (ou entrando nela), assim como pelo menos outras sete que estão em um momento mais inicial. Literalmente o mundo todo está procurando um encaminhamento para o fim do atual cenário.

Quem será que vai chegar primeiro?

No fim das contas, quanto mais vacinas tivermos, melhor. A quantidade de pessoas a serem imunizadas para que a pandemia possa alcançar um nível sustentável de controle é imensa, na casa de algumas bilhões, então ficaria bastante inviável depender de apenas uma vacina.

Porém, nesse cenário de corrida, se temos como lado positivo que a ciência pode realizar um feito inédito até então, não podemos deixar de levar em consideração que o aspecto político também terá muita importância. Pode parecer esquisito, mas não se esqueça que quem “chegar lá primeiro” vai querer colher todos os frutos políticos de ter “salvo sua nação”.

Atualmente, dentre os países com vacinas em testes em níveis mais avançados, temos o Brasil, os Estados Unidos, a China e a Rússia. E, em praticamente todos eles, já tivemos alguns alertas sobre quão próximos estamos.

Na Rússia, o primeiro alerta

Surpreendendo a todos, dado que não havia disponibilizado resultados de suas pesquisas, a Rússia anunciou em agosto que havia encontrado uma vacina e logo começaria a imunizar seus habitantes. No fim das contas, descobriu-se que na realidade essa vacina estava entrando em Fase 3, o que de certa forma frustrou as expectativas de que já teríamos chegado a uma solução. Inclusive, cabe apontar que um dos locais de teste dessa vacina é aqui no Brasil no estado do Paraná.

Nos Estados Unidos, uma eleição acirra os ânimos

Seguindo sua linha característica de anúncio de avanços, Trump já ofereceu várias sinalizações explícitas de que os Estados Unidos estão chegando perto de ter uma vacina. Primeiramente disse que seria distribuída antes do fim do ano ou bem antes disso (o que inclusive poderia remeter ao período anterior às eleições presidenciais por lá) e, mais recentemente, afirmou que todos os norte-americanos serão vacinados até abril.

Acordos na Europa abraçam uma grande quantidade

Recentemente a União Europeia fechou acordo com dois laboratórios para a aquisição de 300 milhões de vacinas quando elas estiverem disponíveis e aprovadas. Levando em conta que a população ali alocada está hoje em pouco mais de 500 milhões de pessoas, temos que essa quantidade aparentemente estaria focando em uma chamada imunidade de rebanho, que é aquela situação em que mesmo quem não está vacinado fica protegido da doença, uma vez que ela se espalha muito mais vagarosamente.

Pandemia iniciou na China, querem terminar lá também

A primeira vacina a ser produzida na China pode ficar pronta em novembro, segundo o Centro de Controle de Doenças e Prevenção do país. Entre vacinas testadas apenas lá e também em outros países (como o Brasil), o país tem hoje quatro vacinas em fase final de testes. O indicar de um mês tão próximo quanto novembro mostra como o país também está se posicionando firmemente na corrida da vacina. O país anunciou mais recentemente que deve conseguir produzir 610 milhões de doses até o fim de 2020.

Tantas vacinas… Mas qual o problema?

Trump apontando que todos os norte-americanos serão imunizados até março, União Europeia adquirindo 300 milhões de vacinas, Rússia dando a entender que já chegou lá. A problemática disso tudo é que a cada nova previsão de produção de vacinas, vemos que haverá disponibilidade menor para países menos desenvolvidos.

Com o mundo todo bastante interessado em encontrar uma solução para a atual pandemia, não é estranho observar como todos os países e regiões estejam se articulando para proteger suas próprias populações. E, é claro, também para poder, mais adiante (o mais rápido possível), colher todos os frutos políticos de ter “ajudado a salvar o mundo”. Esse interesse não pode deixar de ser levado em consideração.

Em um cenário positivo de aprovação dessas vacinas que estão nas fases finais logo nos próximos trimestres, ou ainda mesmo dentro de 2020, teremos determinadas regiões privilegiadas do mundo recebendo vacinas, enquanto outras vão ter de esperar um tempo maior para ter o mesmo acesso. E isso tem a ver não apenas com a capacidade de produção de doses como também com a geopolítica.

O que pode aliviar a questão

Dois pontos mostram como podemos ter certa esperança de que a questão corra de maneira um pouco diferente disso.

O primeiro vem da Índia: o Serum Institute of India, maior produtor de vacinas do mundo, está se preparando para uma produção massiva de doses, cerca de um bilhão delas. Importante notar que a capacidade produtiva deste laboratório é de cerca de 1,5 bilhão de doses de qualquer vacina, mas a ideia deles é de focar na produção desta vacina específica quando estiver disponível.

Outro alívio vem da Bill & Melinda Gates Foundation, que está investindo em fábricas em diversos locais do mundo – com foco em regiões subdesenvolvidas – para que as vacinas sejam produzidas e amplamente distribuídas assim que disponíveis estiverem.

Novamente, não se trata de informação surpreendente que a corrida por vacinas contra o coronavírus coloque em jogo aspectos regionais, já que de fato cada governante gostaria que sua população fosse vacinada primeiro. Porém, se de um lado temos uma quantidade razoável de vacinas que, em cenário positivo, estarão entre nós nos próximos meses, não podemos deixar de levar em conta que a geopolítica certamente terá sua influência no desenrolar dessa questão.

Tão relevante quanto os impactos da “coronacrise”, será verificar, a partir de 2021, a corrida pela imunização em diferentes regiões do planeta.

PRODUTIVIDADE TRAZ NOTÍCIA BOA no TerraçoCast #199

Nesta edição, Caio Augusto acompanha Victor Candido, Renata Velloso e Rachel de Sá sobre os seguintes assuntos:

– Victor, em estudo recente do IPEA que o Blog do IBRE* falou sobre, vemos que a produtividade do país pode ser maior do que se esperava. Conta mais pros nossos ouvintes sobre isso;

– Renata, apresente o Boletim Internacional aos nossos ouvintes! Neste episódio, falando sobre coronavírus, eleições nos EUA e o falecimento da juíza Ruth Bader Ginsburg** (que pode ter efeito eleitoral também);

– Rachel, Bolsonaro na ONU. Diz aí: surpreendeu em algum aspecto ou foi como de costume?

*Artigo do Blog do IBRE: https://blogdoibre.fgv.br/posts/nova-serie-de-estoque-de-capital-do-ipea-indica-que-produtividade-brasileira-e-maior-do-que-se

**Artigo do Estado da Arte: https://estadodaarte.estadao.com.br/rbg-a-vida-da-famigerada-juiza-ruth-bader-ginsburg/

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Becoming Warren Buffett: as mensagens não ditas

Na sequência das indicações de sexta-feira que essa coluna tem trazido, temos hoje um documentário da HBO de 2017 chamado Becoming Warren Buffett (ou, em nossa tradução, Como ser Warren Buffett).

Dada a relevância do personagem principal deste documentário, provavelmente você já viu em algum outro lugar um artigo sobre as lições que ele traz. Para que você não sinta que está perdendo seu precioso tempo enquanto lê este aqui, de cara vamos te dizer: nele você verá as mensagens não explicitamente ditas. Que juros compostos importam e que “a primeira regra é não perder dinheiro e a segunda é não esquecer a primeira”. Mas, e quanto ao que é dito quase que subliminarmente?

Vamos a esses ensinamentos, e não são poucos.

Seja você mesmo e cuide-se

Imagine que você tem mais dinheiro do que pode gastar em toda sua vida. Possivelmente suas próximas duas gerações podem fazer o mesmo sem se importar. Isso mudaria o modo como você faz as coisas?

No documentário é mostrado que Warren aprendeu com seu pai que o que importa é como uma pessoa se vê, não como os outros veem. Revela o personagem principal do filme que isso o influenciou bastante na maneira como vê o mundo.

Quanto aos cuidados, logo no início temos uma analogia bastante interessante. Imagine que Buffet te enviará o carro dos seus sonhos, sendo só necessário pedir; mas com uma condição: seria o único carro da sua vida. Saber que seria o único carro faria você cuidar mais dele, não faria? Pois então faça isso com sua mente e seu corpo, porque não há substituição de nenhum desses.

As coisas podem dar errado, e tudo bem

Uma das tentativas mal sucedidas da vida de Buffet foi entrar em Harvard. Ele descreve que teve uma entrevista de quinze minutos com representantes da faculdade na qual descobriu de maneira bastante direta que não teria chances de estudar ali.

Em função disso ele acabou em Columbia, onde teve contato com Benjamin Graham e David Dodd, que são praticamente os criadores do value investing, modo de investir que leva em conta os fundamentos das empresas ao longo do tempo e não apenas seu crescimento. Essa filosofia de investimento o acompanha até hoje. Imagine só se tivesse entrado em Harvard…

Veja a essência, o real valor

Geralmente se tem a impressão de que um preço maior denota um valor maior. Mas é sempre importante lembrar que preço e valor são coisas diferentes.

Durante os primeiros anos da Berkshire Hathaway, a ideia era encontrar empresas que tinham preços baixos mas estavam subvalorizadas. Há no documentário até uma expressão peculiar para isso: “ações bituca de charuto, aquelas que lhe permitem uma última tragada”.

Em uma época como a atual, que no mercado brasileiro temos uma verdadeira festa dos IPOs, jamais se esqueça de que você em todo e qualquer investimento deve procurar pelo valor, não pelo preço. Não é trivial, demanda pesquisa e certo conhecimento que vai sendo adquirido, mas é indispensável de ser feito.

Quebre as leves correntes antes que elas pesem demais

Em certo momento é dita uma coisa importante: algumas dificuldades que teremos na vida podem ser superadas, contanto que ainda tenhamos os meios para isso. Buffett sentia que tinha dificuldade em falar em público e precisava contornar isso. Para tanto, fez um curso de Dale Carnegie.

Segundo Warren, ter identificado essa questão ainda jovem permitiu com que ele lidasse com isso de maneira mais eficaz, pois, como apontou, é mais fácil se livrar de hábitos complicados (como a dificuldade de falar em público) quando eles ainda não estão enraizados, ou quando as correntes que representam ainda são frágeis e podem ser quebradas.

Tenha a cabeça aberta

O pai de Buffett foi um congressista Republicano e, durante boa parte de sua vida, ele recebeu essa influência de raiz mais conservadora politicamente. Susie, sua esposa, estava em outro espectro político: graças a ela, ele ficou atento ao movimento dos Direitos Civis nos EUA e chegou inclusive a ir em um discurso de Martin Luther King.

Isso significa que você deve ser ligado a causas sociais? Não necessariamente. Mas aponta que é salutar, não se prender a dogmas, pensar que eles devem definir sua vida inteira ou mesmo evitar de se relacionar com as pessoas em função disso. Esse tópico é especialmente importante numa época em que a polarização política parece dominar todos os aspectos da nossa vida.

Defina o que realmente importa e seja consistente

Em diversos momentos da vida teremos os “conselheiros de obras questionáveis” nos apontando caminhos. “Você precisa se casar com tal idade”, “já é hora de ter filhos”, “por que não comprou uma casa ainda?”.

Mas, lembre-se: tão importante quanto descobrir seu verdadeiro EU é ter em mente o que se quer fazer e, ainda mais relevante, o que não se quer. A consistência na tomada de decisão do que se deseja é importante. No fim das contas é você que vive sua vida, não quem te dá conselhos.

Aprenda com o passado

“Quem sai aos seus, não degenera”, já dizia a tradicional máxima familiar. Mas ser parecido e ter certa visão de mundo análoga não significa que você precisa fazer tudo igual e cometer os mesmos erros.

Buffett via em seu pai uma figura conservadora e que vinha de uma certa criação que envolvia ter a mulher como “pessoa que cuida da casa” enquanto o marido sozinho seria o provedor. Quando se casou, ele refletiu sobre isso e chegou ao entendimento de que não fazia muito sentido.

É sim possível ter novos pontos de vista independente de onde você foi acostumado desde pequeno a olhar.

Tenha parcerias confiáveis

Charlie Munger, parceiro de longa data, foi quem fez Warren olhar com mais atenção para empresas um pouco maiores que poderiam estar subvalorizadas. Essa mudança de mentalidade, de sair apenas das pequenas empresas, impactou positivamente sobre os resultados da Berkshire Hathaway ao longo dos anos.

Não se trata de missão trivial, mas quem ao longo do caminho você encontrar que te oferecer uma visão sincera, honesta e confiável da realidade, procure manter ao seu lado. As melhores decisões são aquelas que tomamos com pessoas com as quais podemos confiar – e confiança não é só concordância, também depende de um apontar honesto dos caminhos.

No documentário, Munger brinca que Buffett deve ter discordado dele umas quatro vezes em quarenta anos. E, sobre isso, “qual o impacto no longo prazo? Nenhum”, disse o velho parceiro.

Seja ético! Isso vai valer a pena

Em décadas de investimento, Buffett viu diversas oportunidades de ser desonesto e conseguir dinheiro com isso. Não o fez, e está aqui até hoje, diferentemente de muitos que num curto prazo aproveitaram da “burrice” alheia para em algum momento posterior serem pegos em suas falcatruas.

Interessante aqui pontuar o caso do banco Salomon Brothers, do qual ele era acionista controlador e, após problemas envolvendo fraudes, atuou diretamente nas negociações com o Tesouro dos EUA para permitir que a instituição seguisse em atividade. Caso não tivesse reputação, provavelmente o fim teria sido outro para o banco – sem spoilers.

Comunicação e imagem importam

A mudança de Buffet de mega investidor bilionário para alguém que expõe suas opiniões mais abertamente se deu quando ele começou a comprar jornais – não os que ficam nas bancas, mas os veículos de jornalismo mesmo. Isso abriu muitas portas para que ele pudesse colocar suas visões para o mundo. Interessante apontar que, recentemente, ele colocou essa parte de seu império a venda.

Outro meio bastante direto de fazer isso são os eventos anuais dos acionistas da Berkshire Hathaway – o de 2020, inclusive, foi inteiramente online. Nesses eventos, que são quase festas, Buffet coloca suas impressões sobre o mundo dos investimentos e também se reúne com os acionistas quase como se fossem todos de uma mesma grande família.

Você não precisa ter uma empresa multibilionária nem comprar os jornais da sua região para fazer isso. Comunique-se adequadamente, seja lembrado. Tudo isso importa para as portas que se abrem para você ao longo do tempo.

Com tudo isso, você pode construir o que sonha

Poderíamos adicionar aqui tantas outras lições, como, por exemplo, a de, em sendo possível, ajudar ao próximo no caso de você ser bastante privilegiado ou buscar uma ocupação na vida que te deixe feliz e não apenas apegado ao dinheiro. Mas apontaremos neste encerramento duas lições importantes:

  1. 1 – Seja você mesmo, independente dos conselheiros de más obras que encontrar pelo caminho;
  2. 2 – Você não precisa ser o próximo bilionário do planeta para viver feliz e realizado. Embora não seja trivial encontrar a grande ocupação que não te deixe jamais cansado ou desanimado, sempre é possível tentar mais uma vez.

É possível viver de maneira livre e realizada como Buffet sem precisar ser ele. Basta ser quem você realmente quer ser. No fim das contas, foi desse jeito que um dos caras mais ricos do mundo chegou lá.

 

Publicado no Blog da Guide Investimentos em 25/09/2020

2021: um ano decisivo

Não, o leitor não está lendo errado. Estamos mesmo na edição de setembro. Mas vamos falar do quão relevante pode ser o próximo ano. O motivo? No vai e vem das aberturas e reaberturas e no aguardo de uma vacina para o coronavírus – que, dando tudo certo, ocorre entre o primeiro e o segundo trimestres de 2021 -, pouca coisa bastante relevante ainda acontece nesse ano. Duas, basicamente: as eleições municipais no Brasil e as presidenciais nos Estados Unidos.

Comecemos pelo que ocorre nesse ano e impacta fortemente os próximos. 

Nos Estados Unidos, a eleição fica entre a continuidade de medidas mais nacionalistas se Trump lá seguir ou um certo retorno a acordos comerciais mais amplos caso Biden sagre-se o vencedor – nisso o Brasil se beneficia mais com a vitória do Democrata e se souber se posicionar arrumando a casa para receber recursos vindos de fora.

Por aqui as eleições municipais serão um teste da continuidade do movimento político que levou Jair Bolsonaro a presidência em 2018. Geralmente nessas eleições certa base é ampliada ou implodida com foco nos dois anos seguintes. Nosso presidente aos poucos aprende que isso é sim importante e, no fim do dia, pode sair ainda mais beneficiado desse pleito.

Então vamos para 2021, o personagem principal deste artigo. Independente do cenário eleitoral que se aproxima, em Terra Brasilis o presidente, como já apontado, entendeu que precisa de uma base e tem se articulado com ela. Não vemos mais tanta hostilidade com o Congresso, nem mesmo geração de ruídos desnecessários com jornalistas diuturnamente. Gostando dele ou não, aparentemente ele começou a entender o que precisa fazer. E isso é bastante positivo: 2021 não tem eleição nenhuma e, caso o governo entre com a faca nos dentes e uma reforma (seja ela a tributária ou a administrativa) embaixo dos braços, teremos chances reais de vê-la aprovada.

Atenção a esses dois pontos: o governo precisa continuar com o movimento atual de ampliação de base e também entrar em 2021 sem desculpas como “o Congresso não está ajudando” (e quando será que ajudou?). Se esses dois fatores ocorrerem, devemos fechar o próximo ano tal qual o fizemos em 2019: com uma relevante reforma aprovada.

Em termos da pandemia em que vivemos, aquele assunto complicado que mais concerne à medicina do que a economia, nos resta esperar que a ciência consiga entregar o que o mundo todo – e bilhões de dólares – aguarda: encontrarmos uma (ou mais) vacina(s) que possam ao menos nos direcionar com maior firmeza ao famigerado “novo normal”.

Já quando olhamos para as Relações Internacionais, o acordos EUA-China e Mercosul-UE estarão em pauta, com foco maior. A eleição norte-americana terá influência direta em tudo isso, pois contribuirá com o clima nacionalista ou e maior abertura global.

Ainda temos alguns meses, que talvez demorem como anos. Será difícil encontrar ao final desse ano quem tenha achado que “ele passou voando”…

 

Publicado na edição de Setembro de 2020 da Revista da ACIF Franca (Página 14)

COLEÇÃO ECONOMISTAS: NOBEL no TerraçoCast #198

Neste episódio especial, Caio Augusto recebe os coordenadores da Coleção Economistas: Nobel (ou Projeto Nobel). São eles: Guilherme Tinoco, Gabriel Brasil, Cláudio Lucinda, Lucas Iten e Arthur Lula Mota. Este projeto une artigos de todos os laureados pelo Nobel de Economia em um só lugar, no Terraço Econômico (o link estará abaixo). Conversaram sobre os seguintes assuntos:

– Guilherme Tinoco, conta pros nossos ouvintes qual a história do projeto;

– Gabriel Brasil, em sua visão, como o projeto pode contribuir para a comunidade econômica e também para quem não faz parte dela mas gostaria de saber deste assunto?

– Cláudio Lucinda, Lucas Iten e Arthur Lula Mota: o que vocês acham que pode derivar deste projeto?

Você pode encontrar todos os artigos até então publicados da Coleção Economistas: Nobel neste link https://terracoeconomico.com.br/colecao-economistas-nobel/

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O fogo queima a imagem do Brasil perante o mundo

Os dados a respeito das queimadas no Brasil, verificados pelo INPE, indicam com certa precisão onde temos esses eventos ocorrendo em nosso país e em alguns países vizinhos. O meio como esses dados são divulgados já provocou anteriormente a exoneração de um Diretor do órgão, após embate entre o que fora divulgado e a visão do Presidente sobre a questão. Esse assunto parece não ter saído da pauta desde que entrou de maneira mais contundente no ano passado.

Olhando diretamente aos dados específicos do número de focos detectados – por medição realizada via satélite -, de junho de 1998 a setembro de 2020 temos basicamente duas maneiras de olhar a situação atual. Uma é verificar que de janeiro de 2019 até hoje, em termos de um olhar mensal, não temos nenhum mês batendo o recorde de focos (mesmo que não tenhamos nenhum mês sendo o mínimo da série histórica). Por outro lado, temos que o avanço ocorrido dentro do mesmo ano não é desprezível. Ou seja, a tendência não é nada boa.

De fato diversos aspectos podem estar relacionados a esse aumento das queimadas, mas, não temos agora o maior número delas em termos gerais. Elas têm aumentado e gerado preocupação, mas a situação realmente já foi pior nesse departamento. Assim sendo, chegamos ao ponto que foca este artigo: então como as queimadas podem impactar a economia? Podemos elencar três aspectos bastante diretos.

Economia de baixo carbono

Existem em vigor certos acordos que levam em consideração uma emissão mais baixa de gases do efeito estufa, como o Acordo de Paris. Por mais que estes acordos estejam sempre sendo questionados – e grandes players como os Estados Unidos, que são também grandes poluidores, estejam de saída -, as metas existentes precisam ser respeitadas.

O conjunto de metas estabelecidas nesses acordos considera a contribuição agregada do país no tocante aos gases do efeito estufa, não a emissão de uma empresa ou outra, embora cada ação individual seja bastante positiva. Inclusive, cabe apontar que a chamada economia circular, aquela que leva em conta um aproveitamento mais eficiente dos recursos e uma geração menor de resíduos, não só existe no Brasil como também ajuda na eficiência inclusive financeira de cada vez mais empresas.

Sobre esta ótica, as queimadas prejudicam pelo fato de contribuírem positivamente para o saldo anual de gases do efeito estufa. Estudo recente aponta que, no fim das contas, o mundo todo está entregando menos do que deveria em termos de reduzir a poluição. Ainda assim, não seria por este motivo que o Brasil poderia “esbanjar” e ir nessa direção de aumentar a poluição ao invés de contribuir com a redução dela.

Acordo Mercosul-UE

Um acordo que levou vinte anos em negociações pode ir pelo ralo. Mercosul e União Europeia, dois grandes blocos econômicos do mundo, têm se desentendido em relação a essa questão das queimadas. A França já se posicionou contrária ao acordo em função dos desmatamentos, e em pesquisa recente três a cada quatro europeus têm a mesma oposição.

O que pode certamente estar nas entrelinhas dessa oposição é um certo protecionismo existente na Europa, essa presença que inclusive no período pós-pandêmico discute-se que pode ficar ainda mais evidente. O agronegócio brasileiro é um dos mais eficientes do planeta e, de fato, podermos ter acesso a um mercado tão diversificado e rico quanto o europeu poderia prejudicar os agricultores de lá.

Qualquer que seja o caso, as queimadas poderão ter relação direta com a não concretização de um acordo que levou duas décadas para ter seu martelo batido e que poderia tirar o Brasil de seu status atual tão fechado.

A “boiada” das regulações ambientais

Já dizia aquela velha sabedoria popular: não basta ser honesto, tem de parecer honesto também. Unindo a essa verdadeira tempestade perfeita de críticas do mundo temos a atuação absolutamente questionável do atual Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Confrontado sobre as queimadas e os dados apresentados, o Ministro resume-se a apontar supostas perseguições internacionais – e aponta poucos caminhos de saída.

Não podemos ser ingênuos de acreditar que não existam pressões internacionais para que o agronegócio brasileiro não se posicione em mercados mais amplos como o Europeu, mas também seria no mínimo leviano imaginar que a melhor resposta a um problema é mostrar outro problema e não uma solução.

A cereja do bolo tem sido a postura do mandatário especialmente após a fatídica reunião ministerial gravada e amplamente divulgada meses atrás, em que diz que a ocasião da pandemia seria uma oportunidade de “passar a boiada” de desregulamentações ambientais. Inclusive, recentemente, com mais de 12% do Pantanal queimado, ele achou uma boa ideia publicar em suas redes sociais oficiais um curto vídeo andando… em um carro de boi.

Voltemos a ideia que iniciou este trecho do artigo: além de ser algo também tem de parecer. Com o mundo de olhos voltados para o descalabro das queimadas que ocorrem nesse momento em nosso país, não seria minimamente lógico imaginar que ele deveria mover esforços para esclarecer que há um mínimo controle no lugar de botar tudo na conta da “ideologia”?

É inegável apontar que a ação deste governo em relação ao tema ambiental, pautando-se mais pelo desvio das questões do que pelo apontamento ou encaminhamento de soluções, deixa a desejar e impacta toda a América Latina.

Mais ação, menos conversa fiada

Em um mundo onde a enxurrada de informações logo pode virar desinformação, muito do trabalho do atual Ministério do Meio Ambiente tem se focado em passar uma imagem de “não devemos nos preocupar” com algo que de fato deveria gerar preocupações, tanto em termos ambientais quanto econômicos.

É assustador parar para pensar no quanto um governo que veio, nas palavras de seu representante maior, para “mudar isso daí” reagir de forma tão lenta e cheia de meandros – o que demonstra que a vontade real seria mesmo de não fazer nada – diante de problemas tão graves.

Tal qual a política econômica que muito anuncia e pouco entrega de fato – com exceção neste caso à reforma previdenciária -, este reclamar diuturno no lugar de propor soluções já traz efeitos diretos. O Fundo Amazônia, mantido internacionalmente com objetivo de preservação de nosso maior bioma, já perdeu recursos (R$133 milhões da Noruega e R$155 milhões da Alemanha, só no ano passado) e essa perda pode ficar ainda maior. Afinal de contas, para quê serve doar recursos para preservação de algo que não está sendo preservado?

Outro ponto que deveria estar sendo levado em consideração é o efeito negativo sobre os investimentos. Se levássemos mais a sério a questão do desmatamento, poderíamos ver US$10 bilhões por ano a mais entrando em nosso país por meio de investimentos.

Como visto aqui, são diversos os pontos nos quais saímos prejudicados como país quando a preservação ambiental é relegada à discussão do sexo dos anjos – enquanto hectares seguem em chamas, junto de nossa credibilidade internacional. Apontar que a situação já esteve pior ou que o resto do mundo também não está tomando o cuidado devido – por exemplo dizendo que as queimadas brasileiras não são como as da California – não resolve os problemas. É preciso colocar na mesa os planos e agir.

Aparentemente podemos ver como em alguns (infelizmente, cada vez mais) aspectos, o que veio para mudar parece ter sido sair do status de planos ruins para entrar numa situação de apatia. Mudar, mudou, só fica difícil dizer o que é pior.

O agronegócio brasileiro se esforça há um tempo razoável para apresentar ao mundo que é produtivo sem ser danoso à natureza. Com o esforço monumental de incompetência demonstrado no período atual, literais décadas de esforço podem ir por água abaixo. Talvez seja essa a “mudança” pretendida. Só não será possível reclamar depois do leite derramado, ou melhor, da mata que desapareceu com o fogo.

 

Publicado no Blog da Guide Investimentos em 21/09/2020

O dilema das redes e a vida off-line

Seguindo a linha de indicações desta coluna às sextas-feiras, hoje traremos a você algo que talvez te prenderá a atenção mais do que vídeos de gatinhos ou do seu humorista favorito por horas. Bem, na verdade pouco mais de uma hora e meia. Mas são minutos bastante densos.

Hoje vamos falar do documentário cuja intenção é literalmente de chacoalhar as redes sociais: O Dilema das Redes.

O que a tecnologia faz de melhor…

É inegável que a tecnologia nos muda. Nos conecta. Permite literalmente que você esteja em contato com um amigo ou cliente do outro lado do mundo instantaneamente. Em tempos de pandemia e home office, permite que grandes eventos anteriormente exclusivos e para convidados seletos possam estar abertos a todos – tal qual a convenção da Berkshire Hathaway, em que Warren Buffet apresenta resultados de investimentos e visões sobre o que vem a seguir, que em 2020 teve transmissão online.

Através dela nunca estivemos tão confortáveis quanto agora. Precisa de ser transportado do ponto A ao ponto B? Em minutos pode ter um Uber na sua porta. Gostaria de comer daquele restaurante que você gosta no meio da semana mas não quer ir até ele? Peça um iFood, ou mesmo um Rappi, para ter parte daquela experiência com você em talvez menos de uma hora. Quer ver como estão parentes distantes? Abra o Facebook ou mesmo o Instagram. E pra falar com eles? Bem, temos o WhatsApp e o Telegram.

As possibilidades de negócios se ampliaram fortemente. O Terraço Econômico, feito por nós que escrevemos essa coluna, dificilmente existiria em uma época em que a internet não fosse uma ferramenta tão presente na vida das pessoas. Não porque os assuntos que abordamos não fossem interessantes, mas porque o meio de produzir tais conteúdos ficou cada vez mais acessível.

O que trinta anos atrás demandaria um estúdio caro de televisão, hoje demanda acesso a internet e notebooks – às vezes apenas smartphones.

Casamentos surgem. Grandes amizades de like minded people ocorrem com muito maior facilidade. Conexões entre pessoas que provavelmente nunca se conheceriam acontecem. E ficamos conectados assim o dia todo. O que nos faz pensar que…

…também nos deixa presos a ela!

Hoje, smartphones com sistema Android e iOS são 98% de todos os que existem – sendo que somos hoje em 3,8 bilhões de pessoas utilizando esses aparelhos ao redor do globo. Graças a essas duas informações lhe faremos uma pergunta bastante pontual: você já checou o contador de horas de tela do seu smartphone para ver quanto tempo você passa olhando para ele diariamente? A descoberta pode ser assustadora, especialmente quando se olha um período de tempo e se descobre o aumento do uso.

Não há como responder, mas, já parou pra pensar que isso pode ser mais tempo do que o que você dorme? Mais tempo do que você passa com seus pais? Com seus filhos?

Pois é. O documentário traz diversos especialistas que fizeram parte da “Matrix” que faz com que você – e eu – utilize essas ferramentas todas que chamamos de indispensáveis todos os dias.

Ah, mas e a praticidade?”. Ela importa. E ela vale muito, muito dinheiro. Aliás, é bom lembrar, tal qual disse a Economist em 2017: “dados são o novo petróleo”. O ativo mais valioso é justamente o que bilhões de pessoas entregam gratuitamente e espontaneamente todos os dias.

O que faz com que sejamos verdadeiros servos voluntários do que nasceu para nos dar alegria, conexão e vontade de viver?

No documentário vemos uma grande discussão sobre como as redes sociais tinham o objetivo inicial de realizar conexões mas, por interesses comerciais – o que a priori não tem nada de errado – acabam por tomar as decisões que tomaríamos, por nós mesmos.

Isso acontece, em termos práticos, porque a experiência que temos com os aplicativos que nos cercam é adaptada diariamente com nossas escolhas. Novamente nos deparamos com a dualidade entre a praticidade – “muito legal, o Spotify já sabe o que eu quero ouvir antes mesmo de abrir essa playlist que fez pra mim” – e a conexão sem sentido – “o que será que aconteceu pra tanta gente estar falando sobre a Terra ser plana em pleno 2020?”.

“Se concorda comigo, então está certo!”

Viés de confirmação é um termo na economia comportamental que significa, em termos práticos, que nós, seres-humanos, procuramos nos aproximar de quem concorda conosco, porque isso dá uma sensação maior de que não estamos ficando loucos – ou mesmo que estamos redondamente certos.

Isso acontece na vida, mas é potencializado pelas redes sociais.

O meio como isso acontece parece um caminho sem volta: os algoritmos das redes sociais colocam em contato direto pessoas que acreditam em coisas parecidas, sejam elas astronomia, vídeos de gatinhos ou teorias conspiratórias. São as bolhas da internet.

Algo que parece ser apenas a reunião de pessoas que pensam parecido sobre alguns aspectos da vida – tal qual tínhamos nas saudosas comunidades do Orkut ou nos fóruns de jogos do UOL – passa, assim, a se tornar potencialmente perigoso. Isso porque a quantidade de pessoas pensando sobre “como o mundo está totalmente de cabeça pra baixo” e “como somos enganados o tempo todo” aumenta exponencialmente. Toda e qualquer verdade, até a científica, é questionada. Viraliza aquele que coloca em cheque o que se acredita. E algoritmo atrás de algoritmo, temos a luz das atenções sobre o que gera um verdadeiro desagregar de pessoas. Curiosamente, o completo oposto do que as redes sociais vieram criar.

O fenômeno “desfiz amizades pelo voto dado na última eleição”, por exemplo, tem relação direta com esse fenômeno totalmente novo. Aos poucos ficamos cada vez mais acostumados a estarmos em bolhas nas quais ninguém discorda de ninguém. E, quando isso ocorre, sentimo-nos mais sensíveis – afinal, quem pode discordar do que eu falo?

Esse fenômeno, pelo que os integrantes do documentário – dentre eles está por exemplo o co-criador do Like do Facebook – afirmam, não passa de uma externalidade negativa, ou seja, um resultado não esperado de uma ação. Ainda assim, o problema está entre nós e não parece caminhar em uma direção sustentável ou mesmo mentalmente saudável. O que fazer então?

O copo vazio: não depende só de nós

É apresentado no documentário que as estratégias desenhadas para nós usuários (e que literalmente comandam nossas vidas, dentro e fora das redes) dependem estritamente de pessoas que passam seus dias pensando em como nos manter mais tempo conectados dentro das redes. E, por este motivo, a solução para uma mudança neste cenário teria necessariamente partir de quem desenvolve tais tecnologias.

A maior dificuldade está então envolvida com o modelo de negócio das Big Techs: seria possível sair desse círculo vicioso em que o usuário quer mais e mais tempo de tela e ainda assim ser lucrativo, rentável? Como fazer com que os usuários forneçam o almoço grátis de dados de uma maneira que não envolva deixá-los alheios às próprias vidas?

Outro grande gargalo é o aspecto regulatório. Deveriam as empresas regularem a si mesmas, dado que sua atuação é global? Cada país deveria regular sua própria rede (o Brasil por exemplo tem o Marco Civil da Internet)? Essas perguntas são muito complexas e geralmente podem parecer resumidas a “os governos não gostam que tenhamos empresas tão grandes”. Mas não se engane: essa questão de como tais empresas estão em nossas vidas importa para muito além desse aspecto puramente empresarial.

O copo cheio: podemos mudar aos poucos

Um conselho dado de forma unânime no documentário é: desative suas notificações. Sabe aquele momento em que você pega no celular e em um piscar de olhos meia hora foi embora? Provavelmente o gatilho de todo aquele tempo moído veio de uma notificação. Seu cérebro aos poucos vai se tornando cada vez mais desatento em função disso, quase como o efeito de uma droga. Reduzir ao máximo as chances dessas armadilhas pode ajudar.

Outro amigo da gestão do tempo nessa era da chuva de informação e desinformação é a técnica pomodoro: definir tempo para as atividades que você vai desempenhar. E o truque aqui é fazer o complementar do que diz essa técnica: defina períodos do seu dia para não utilizar essas ferramentas (como, por exemplo, decidir a quanto tempo de dormir você vai desligar todos os seus equipamentos eletrônicos que levaria para a cama).

Temos ainda um meio mais radical que, por motivos pouco comerciais, talvez você nunca tenha ouvido falar. Se hoje temos tão popularizados os smartphones, que tal ter um dumbphone? Uma opção vendida lá fora em o Light Phone, que permite pouquíssimas funções, quase como aquele celular que você teve no início dos anos 2000, bem diferente dos de hoje.

Não importa o que, mas faça algo

Não é possível mensurar qual o impacto deste artigo sobre o leitor, dado que ele levanta alguns questionamentos e indica o documentário. Mas, a respeito do documentário em si, é difícil imaginar que não tenha efeito sobre você, especialmente no caso de trabalhar mergulhado em informações de curtíssimo prazo, como a maioria de todos nós faz hoje em dia.

Mudar esse hábito não é fácil. Mas o que é impossível de fato é retomar o tempo que passamos perdendo rolando telas para baixo infinitamente.

Seriam este artigo e o documentário indicado capazes de te fazer deletar todas as redes sociais? Sinceramente, não é nem essa a intenção. Como bem iniciamos esse artigo, esse mundo além de integrador parece ser um caminho sem volta. Mas tudo que indicamos aqui é que seja feita uma reflexão sobre o uso das redes.

O que livros como 1984, filmes como Matrix e séries como Black Mirror dão a entender que é um futuro assustador, na verdade é o presente. Por mais que pareça que não tomamos mais decisão alguma, é possível sim quebrar o ciclo que nos prende a esses vícios.

Dê o primeiro passo.

 

Publicado no Blog da Guide Investimentos em 18/09/2020

ENTENDERAM O COBERTOR CURTO no TerraçoCast #197

Nesta edição, Caio Augusto acompanha Rachel de Sá, Renata Velloso e Victor Candido sobre os seguintes assuntos:

– Rachel, Renda Brasil foi pras cucuias (ao menos por enquanto). Conta pros nossos ouvinte o que aconteceu pra isso ter se passado e que mensagem isso passa em relação ao lado fiscal;

– Renata, apresente para nossos queridos ouvintes o Boletim Internacional (que, neste ano, é praticamente dominado por novidades sobre o coronavírus, o já consagrado CoronaNews);

– Victor, juros nos EUA e no Brasil: em dia de FOMCOPOM (abraço pro Faria Lima Elevator que falou desse belo termo), quais são os sinais? Pra onde devem caminhar os juros lá no Tio Sam e por aqui?

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CONSILIUM INSPER no TerraçoCast #196

Neste episódio especial, Caio Augusto recebe Pedro Schmidt Georg, Presidente do Consilium Insper, entidade estudantil que trata de políticas públicas, sobre os seguintes assuntos:

– Pedro, conta pros nossos ouvintes sobre a história da entidade e o que ela faz;

– O que a entidade entrega para quem faz parte dela e para a comunidade Insper?

– Qual o impacto da entidade para além dos muros do Insper? O que vocês entregam para o público externo?

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